
Para o presidente do Tribunal de Contas do Paraná, Ivan Bonilha, o caso do robô milionário parado no Tecpar, após 13 anos da aquisição pra fabricação de vacinas, é um clássico exemplo de má gestão.
Não há justificativa para um robô de 6 milhões de reais, comprado pelo Tecpar para fabricação de vacinas, ainda estar parado após 13 anos da aquisição, afirmou o presidente do Tribunal de Contas do Paraná, o conselheiro Ivan Bonilha.
O TCE condenou quatro gestores do Tecpar por manterem o robô inutilizado desde 2002. Segundo o Tribunal, desde que o equipamento foi importado, poderia ter rendido faturamento de US$ 24,5 milhões ao Paraná se tivesse sido colocada em prática a previsão de produzir 350 mil doses de vacina antirrábica humana por ano.
O Pleno do Tribunal de Contas condenou os ocupantes do cargo de presidente do Tecpar no período. Eles terão que devolver ao estado o valor correspondente ao dano da depreciação do equipamento. A corte também impôs multa, no valor de R$ 1.450,98 a cada um dos quatro gestores, por prática de ato administrativo ilegal.
Segundo o TCE, apesar de entregue, uma fiscalização apurou que o robô industrial não chegou nem a ser instalado: ele permaneceria na caixa original, no galpão de manutenção do Tecpar, em Curitiba, sob risco de incêndio ou de explosão, por conter material inflamável.
Para o presidente do Tribunal, esse é um caso clássico de má gestão.
O diretor-presidente do Tecpar, Júlio Félix, nega que o equipamento esteja parado ou defasado.
Além das punições à administração, o Tribunal de Contas determinou que a gestão atual do Tecpar apresente um plano de utilização do equipamento.
O responsável pelo Instituto afirma que já há plano para o robô, mas falta recurso.
Júlio Félix destaca que o equipamento foi importado em 2002 como parte dos investimentos cobrados pelo Ministério da Saúde, mas antes da sua instalação, o Governo Federal redirecionou a produção da antirrábica humana do Tecpar para o Instituto Butantan, de São Paulo, mantendo a empresa paranaense como fornecedora da dose veterinária.
O diretor ainda destacou que não há prejuízos e que é preciso considerar que a pesquisa científica inclui riscos de não sair rigorosamente conforme o cronograma.
Repórter Andressa Tavares